quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

MISSA DA VIGÍLIA DO NATAL - 2013

Homilia de Padre Givanildo Luiz Andrade
Natal quer dizer nascimento, o que implica dizer que para nascer não depende necessariamente da escolha do lugar, ou das pessoas que estarão por perto deste acontecimento único daquele ou daquela  que   virá a este nosso mundo, ou mesmo, se nascerá sozinho (a) quando chegar a Hora de nascer.
O Natal de Jesus insere-se num contexto da história: “Naqueles dias, apareceu um edito de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado” – Lc 2, 1 – um recenseamento, com a finalidade de determinar e depois cobrar impostos, é a razão pela qual José com Maria, se deslocam de Nazaré para Belém.
 Por causa do imperador, Maria e José se deslocam para Belém cidade de Davi, num momento difícil e assim, aparentemente por acaso, o menino Jesus nascerá no lugar da promessa. Nestas circunstâncias Jesus nasceu.
Ele pertence a um tempo, que se pode datar com precisão, e a um ambiente geográfico  definido: o universal e o concreto tocam-se mutuamente.
 N’Ele, o Logos, a Razão criadora de todas as coisas entrou no mundo. O Logos eterno fez-Se homem, disso faz parte o contexto de lugar e tempo.
 A esta realidade concreta está ligada a fé, ainda que depois, em virtude da ressurreição, o espaço temporal e geográfico fique superado, e aquele “vos precede na Galiléia” (Mt 28, 7) por parte do Senhor lance na vastidão  aberta da humanidade inteira  (Mt 28, 16).
 O decreto de Augusto para o registro fiscal de todos os cidadãos do mundo conhecido leva José, juntamente com 
 sua esposa Maria, a Belém, à cidade de Davi, e desse modo favorece o cumprimento da promessa do profeta Miqueias, segundo a qual o Pastor de Israel havia de nascer naquela cidade (Cf 5, 1-3).
Enquanto estavam em Belém, completaram-se os dias para o parto, ela deu à luz o seu filho, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na casa
 faz-nos lembrar das próprias palavras de Jesus: “As raposas têm tocas e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt 8, 20). 

Aquele que foi crucificado fora da porta da cidade (Cf Hb 13, 12)  também nasceu fora da porta da cidade.
Desde o seu nascimento, Jesus não pertence àquele ambiente que, aos olhos do mundo, é importante e poderoso; contudo é precisamente esse menino aparentemente irrelevante e sem poder que Se revela como verdadeiramente Poderoso, como Aquele de quem, no final das contas, tudo depende. 
Faz parte de nós, ao nos tornarmos cristãos, ou seja, de Cristo, sair do âmbito daquilo que todos pensam e querem, sair dos critérios predominantes, para entrar na luz da verdade sobre o nosso ser e, com essa luz, alcançar o justo caminho.
A manjedoura é o lugar onde os animais encontram o seu alimento. 
 Agora, porém, jaz na manjedoura  Aquele que havia de apresentar-Se a Si mesmo como o verdadeiro pão descido do céu, como o verdadeiro alimento de que o homem necessita para ser pessoa humana, que o alimenta para a vida eterna.
Dessa forma, a manjedoura torna-se uma alusão á mesa de Deus, para a qual é convidado o homem a fim de receber o pão de Deus.
 Na pobreza do nascimento de Jesus, delineia-se a grande realidade, em que misteriosamente se realiza a nossa redenção.
 (Cf Bento XVI, A infância de Jesus, editora Planeta, 2012, pp 52-62).
PARÓQUIA SANTA EDWIGES
Rua Gurupema, 36 - Brás de Pina
Telefone: (21) 2260-4310

Pároco Padre Givanildo Luiz Andrade
Imagens> Daniel Verdial


--