quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PADRE GIVANILDO CELEBRA O III DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B


"Que é, pois o tempo? Quem poderá  explicá -lo clara brevemente?  Quem o poderá  apreender, mesmo só  com o pensamento, para depois nos introduzir por  palavras o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais batido nas nossas conversas do que o tempo?  
Quando dele falamos, compreendemos  o que dizemos. Compreendemos  também  o que nos dizem quando dele nos falam. O que é,  por conseguinte, o tempo? Se ninguém  me perguntar, eu sei; se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já  não  sei. " - Livro XI - Confissões.
O tempo é  breve. Cumpriu-se  o tempo.
O tempo da espera da primeira  vinda do Senhor  já  se cumpriu.  O Reino de Deus já  é  uma  realidade  presente. O tempo  é breve, significa  a realização  que advém  pela fé  e conversão.  É  o tempo da Igreja, isto é,  da missão,  por  isso,  Jesus  sai  e à  beira mar vê  Simão  e André  lançando  as redes,  chama-os  e eles  são  feitos  pescadores  de homens.  
Caminhando  mais à  frente  no tempo e no espaço, nas areias da praia, o Senhor  encontra  Tiago e João  na barca, consertando  as redes. Ouvem e atendem  o chamado de Jesus e colocam-se  a caminho com o Mestre. 
É  o novo "hoje" que Deus concede aos homens. "Nós nos encontramos precisamente  neste tempo que se  tornou  breve, cheio de urgência. 
Uma urgência  no tempo e no espaço, nas  coisas, no mundo, atentos, pois a figura  deste mundo passa. 
Nós  não  sabemos o dia e a hora - Mt  25,13  - porém  pode ser cada dia e cada hora,  porque  estes nos quais vivemos são "os  últimos  tempos" - Hb  1,1; Gal  4,4  - (Cantalamessa).
Importa  dizer que a Palavra  de Deus neste 3° Domingo  do Tempo  Comum  nos coloca numa dimensão  de transitoriedade.  
Transitamos  neste mundo peregrinando  e toda a nossa vida é  um constante caminhar  e para os que tem fé,  ir em direção  à  Jerusalém  Celeste. É  viver com os pés na poeira da estrada  da vida. Temos pressa. 
O tempo se faz curto  - 1Cor  7,29.  Não  temos aqui cidade permanente,  mas vamos em busca da cidade futura, a Cidade de Deus  - Hb  3 , 14; Fl 3, 20.  Caminhar é  preciso.
Consciente  de que o tempo é  breve, o crente  põe - se a caminho, como Jonas colocou-se a caminho da grande cidade  de Nínive  - Jn  3,2 - a anunciar a mensagem do  Senhor,  pois "ainda quarenta  dias" - o tempo da conversão!  
E as obras da conversão  surtirão  efeito, pois a figura deste mundo passa - 1Cor  7,29-31.
Eis o tempo de conversão.

PARÓQUIA SANTA EDWIGES
EM BRÁS DE PINA – RJ
PÁROCO: PE GIVANILDO LUIZ ANDRADE
FOTOS: DANIEL VERDIAL

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

VINDE E VEDE – 2º DOMINGO DO TEMPO COMUM


A Santa Missa foi presidida pelo Reitor do Seminário Propedêutico Revº Pe. Leandro Lenin, Pe. Carlos Alberto Diretor Espiritual, Pe. Givanildo,  Pe. Alberto Gonzaga, Diácono Flávio e Seminarista
Assim, a Igreja retoma a sua caminhada no Tempo Comum, um caminhar repleto de passagens, buscas, encontros e descobertas, só possíveis se forem respondidas na liberdade e no amor.
A vida é uma experiência imperdível! Não há momentos específicos para o encontro com o Senhor.
Na primeira leitura, 1 Sm 3, 3-10.19, o encontro com o Senhor aconteceu entre um menino, nascido da impossibilidade humana e a confiança de Ana, sua mãe, que prometeu consagrá-lo desde novo ao Senhor. Às vezes, acontece assim.
 Outras, quase que de maneira violenta e inesperada: Saulo é lançado, jogado do cavalo ao chão. De perseguidor dos amigos do Senhor, passa a ser ele próprio, “derramado em sacrifício” por causa do Evangelho de Cristo.
 Pedro, que ao ser chamado a decidir se ficava ou continuaria a caminhar com Jesus, falou-lhe: “para onde oremos? Tu tens palavras e vida eterna.”
Ser de Cristo, pressupõe amá-lo e colocar-se numa atitude de segui-lo aprendendo dele a fazer a vontade do Pai. 
Testemunhar com a vida, dizendo ao mundo e a todos quem é Jesus Cristo, o que Ele fez e faz e quem é Ele para nós. Tornar-se segundo suas palavras: “Sal da terra e luz do mundo.” 
Só sendo profundamente de Cristo, temos a plena certeza de que a Ele pertencemos, Ele que se derramou de amor por nós; esta pertença recíproca dar o sentido de viver a outros e a nós mesmos, nos impele para a frente sem medo, sem engano de reconhecer e dizer forte: Jesus Cristo é o Senhor.
O Senhor continua a passar pelo mundo, pelas pessoas. Ele não passa  apenas. Ele passa e chama a cada um pelo nome. Convida a conhecê-lo e aonde mora. A permanecer com Ele o dia, a noite, sempre. 
A ser seu, e somente seu e de todos. A deixar-se mudar o nome por Ele, como mudou o de Simão: “Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas, Pedra” Jo 1, 42.
Hoje, celebramos a Missa do envio do Gabriel que ingressará no Seminário em breve, respondendo ao chamado do Mestre. Ao Gabriel, a nossa alegria e as nossas orações por reconhecer Jesus Cristo como o Senhor de Ontem, do Hoje e de sempre de sua vida e nossa. Conte com o nosso apoio e as nossas orações.

Um forte abraço em todos. A Paz

PARÓQUIA SANTA EDWIGES


BRÁS DE PINA – RJ

Pároco: Pe Givanildo Luiz Andrade

Fotografia: Daniel Verdial

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domingo, 11 de janeiro de 2015

BATISMO DO SENHOR 2015

Com a festa de hoje, do Batismo do Senhor Jesus, conclui-se o tempo do Natal e começa, então, o Tempo Comum da Igreja, percorrendo assim, os mistérios de Cristo na proclamação do Evangelho e na celebração eucarística.
Jesus Cristo quis, Jesus Cristo  quer assumir-nos em si. Assim, oferece-se na cruz, por nós. Natal e Páscoa: o corpo assumido por Jesus na encarnação tem em vista a cruz; da sua entrega livre e amorosa. Sua Páscoa é a nossa Páscoa. É assim que saímos do batismo de João, que representou um desejo interno de conversão e vida nova para recebermos o batismo que nos incorpora a Cristo, que nos torna filhos de Deus e membros da Igreja. E, portanto, novas criaturas em Cristo.
 Sem pecado, Jesus submete-se ao batismo de João, revelando a todos a sua condição de servo.  Servo sofredor. É um batismo no qual demonstra seu extremo esvaziamento por amor a nós, aos homens. O batismo no Jordão é  mais uma revelação, entre tantas, da missão pública de Jesus no mundo e para o mundo. O próprio nascimento já é um evento, um acontecimento público da revelação do Senhor. Ele é o Senhor! É o Messias. O Enviado do Pai e, o Céu se abre e sobre Ele é derramado o Espírito. 
Há, contudo, o mistério do Servo sofredor n’Ele: toma sobre si o pecado dos homens, cumprindo a profecia de Isaias. Ele é a fonte de água-viva à qual, os homens, sedentos podem acorrer. Descendo às águas do Jordão, lava, purifica a humanidade inteira: “Sai das águas, elevando consigo o mundo que estava submerso, e vê abrirem-se os céus de par em par, que Adão tinha fechado para si e sua posteridade, assim como o paraíso lhe fora fechado por uma espada de fogo” – S. Gregório Nazianzo.
Água e Espírito. Nós fomos batizados em Cristo na água e no Espírito Santo, pois naquele dia, no dia do nosso batismo, sobre o pequeno Jordão, sobre a fonte batismal, fez-se ouvir a voz do Pai, que dava testemunho a nosso respeito, como deu do Cristo: “Tu és o meu filho(a) amado(a).
Mc 1,7-11
Naquele tempo, João Batista pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo.” Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no rio Jordão. E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. E do céu veio uma voz: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer.”

Para aprofundar, cf.:  O Batismo do Senhor – dia 11.01.2015. Jornal: O Testemunho de Fé, edição semanal . 726.

PARÓQUIA SANTA EDWIGES
BRÁS DE PINA – RJ
Pároco: Pe Givanildo Luiz Andrade
Fotografia: Daniel Verdial

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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

EPIFANIA DO SENHOR 2015


Do Livro do Profeta Isaías 60,1-22
REVELAÇÃO DA GLÓRIA DO SENHOR SOBRE JERUSALÉM

Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor. Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora.
 Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor. 
Em ti se reunirá todo o rebanho de Cedar, os carneiros de Nabaiot estarão à tua disposição; serão feitos sacrifícios sobre o meu altar propiciatório e eu os aceitarei para a glória de minha casa. Quem são esses que vem voando como nuvens e como pombas para os pombais? 
As nações estão me aguardando, tendo à frente os navios de Társis, para trazerem de longe os teus filhos, juntamente com seu ouro e sua prata, em oferta ao Senhor, teu Deus, ao Santo de Israel, que te engrandeceu.

Estrangeiros edificarão os teus muros, os seus reis te servirão; e, se eu te castiguei com indignação, compadeci-me de ti com benevolência. Tuas portas estarão sempre abertas, não se fecharão nem de dia nem de noite, para receberem as mais fortes das nações, à chegada dos seus reis.
 Povo e reino que não te servirem, morrerão, tais nações sofrerão devastações.
 A ti virá a riqueza do Líbano em ciprestes, olmos e abetos juntamente, para adorno do meu santuário; eu honrarei o lugar onde pouso os pés.
A ti virão, cabisbaixos, os filhos dos que te humilharem, e beijarão a marca dos teus pés
todos os que te insultaram, e te chamarão Cidade do Senhor, Sião do Santo de Israel.

De abandonada e odiada que fostes, quando ninguém ousava visitar-te, eu te transformarei no orgulho dos séculos, na alegria das gerações.  Sugarás o leite das nações, o peito dos reis te amamentará e saberás que eu sou o Senhor teu salvador, o teu libertador, o Forte de Jacó. 
Em lugar de cobre trarei ouro, e em lugar de ferro, prata, em lugar de madeira, cobre, e em lugar de pedra, ferro; farei dos teus guardas homens de paz, e dos governantes, homens da lei. Não se ouvirá falar de prepotência nesta terra, nem de saques e destruições em teu território; teus muros merecem o nome de Segurança e tuas portas, o de Louvor.
 Para ti, o sol não mais será para luzir de dia nem a luz da lua para iluminar, mas o próprio Senhor será a tua luz eterna e o teu Deus, a tua glória. O teu sol já não se põe, a tua lua não tem minguante; porque o próprio Senhor será a tua luz eterna e terminarão os teus dias de aflição. 
Teu povo são todos justos; eles herdarão a terra para sempre, são rebentos de minha plantação, obra de minha mão para me glorificar.
 O menor deles se desdobrará em mil, e o mais humilde numa nação forte. Eu, o Senhor, a seu tempo, tudo farei rapidamente.
Radiante de esplendor, põe-te de pé despontou a tua luz, Jerusalém, e a glória do Senhor te iluminou! Os povos andarão na tua luz, e os reis, no esplendor de tua aurora.

Ofício das Leituras
Liturgia das Horas
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domingo, 4 de janeiro de 2015

1º JANEIRO: SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS E DIA MUNDIAL DA PAZ.


Este dia é também considerado pela Igreja como o dia mundial da paz. Sendo endereçado a todos as pessoas, tem um significado social e político universal, pois compromete a todos, independente de sua fé religiosa. 

A paz depende  “também de mim”, na medida em  posso,  com minha ação e meu compromisso social,  reforçar o mesmo fundamento da paz que é a justiça, pois a obra da justiça é a paz Is 32,7.
Cada pessoa pode ser em seu pequeno mundo um homem pacífico Lc 10, 6 e levar sua contribuição para a paz mundial, porque não há paz  universal se não há homens de paz. Milhões de pessoas sem paz não podem formar uma humanidade em paz, como milhões de gotas de água turva não podem  formar um mar limpo.
Um cristão contribui para a paz quando encarna, assume no mundo o ideal de paz que Jesus veio trazer aos homens e que ressoou sobre a gruta de Belém: Glória a Deus no mais alto dos céus e na terra  paz aos homens.

No tempo de Jesus, os homens pediam a paz com o mesmo desejo que vigora hoje. O imperador Augusto tinha procurado responder proclamando em todo o mundo a paz romana, que era uma condição jurídica imposta com guerras vitoriosas sobre todos os povos, uma paz que nasce da vitória militar e mediante a qual se tornavam possíveis um florescimento econômico e uma civilização. 
Era o silêncio das armas, depois de duzentos anos de guerras contínuas e terríveis.
Exatamente enquanto Augusto, de Roma, anunciava ao mundo essa paz, na Palestina a palavra “paz” ressoava com o significado bem diferente: Bem aventurados os pacíficos, porque serão chamados  filhos de Deus!- Mt5,9; entrando numa casa , saudai-a: Paz a esta casa – Mt10, 12 -, isto é, desejai-lhe a paz.
Sua paz não coincidia, evidentemente, com a de César, que queria a calma, a ordem estabelecida, a submissão. A paz de Cristo tinha o objetivo de mudar o homem e o mundo e por fim ao velho mundo. Não a paz que agrada aos poderosos, ou aos que gostam da vida mansa, sua palavra é como uma espada que divide e que obriga a escolher.
O que é a paz para Jesus?  São Paulo, aprofunda a questão depois da morte de Jesus, concluindo: a paz é o próprio Jesus. Justificados, pois, pela fé temos a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo – RM 5, 1  
Porque ele é  a  nossa paz – Ef 2, 14. Eis, portanto, o que é a paz do evangelho: é a reconciliação com Deus obtida em Jesus Cristo. A paz que reconstrói o homem na unidade e lhe restitui aquela segurança interior pela qual pode exclamar: Se Deus é por nós, quem será contra nós? A perseguição? A fome?  O perigo?  A espada? Nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá separar do amor que Deus  nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor – Rm 8, 31.39. É uma certeza do coração que vence toda realidade, todo medo e toda a maldade e que nem a guerra mais selvagem é capaz de destruir. Também  em Auschwitz havia paz no coração de Edith Stein e naquele de Maximiliano Kolbe que eram trucidados pelo ódio.
O modo, o jeito de Jesus é deixar-nos impor a paz por Deus, impô-la a nós mesmos, fazê-la reinar em nosso coração, vencendo a má raiz da qual dimana toda a discórdia e toda a guerra: o egoísmo. Somente o homem novo vive segundo o espírito e não segundo a carne  pode ser filho da paz e agente da paz entre os irmãos. 

“Os homens” – diz um texto do Vaticano II -, “enquanto pecadores, estão e estarão sempre sob a ameaça de guerra, até a vinda de Cristo, mas na medida em que conseguem, unidos no amor, vencer o pecado, eles vencem também a violência, até a realização daquelas palavras divinas: Ele será o juiz das nações, o governador de muitos povos. De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. 
Uma nação não levantará a espada contra a outra, e não se arrastarão mais para a guerra – Is 2, 4 (Gaudium et spes, 78 ).
Na Eucaristia, o Ressuscitado em pessoa nos diz: Dou-vos a paz, dou-vos a minha paz; não a que sabe dar o mundo, mas aquela que somente eu posso dar.

Cf Raniero Cantalamessa, em o Verbo se fez Carne, Ed. Ave Maria, S. Paulo, 2012, tradução de Cornélio Dall’Alba, anos A,B,C, pp 252-253.

Paróquia Santa Edwiges em Brás de Pina - RJ
Pároco: Pe Givanildo Luiz Andrade
Imagens: Daniel Verdial

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