quinta-feira, 21 de maio de 2015

COROAÇÃO DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA 13/05/2015


A devoção que a Igreja tem de coroar a imagem da Virgem Maria em muitas datas em que celebramos uma festa a ela dedicada, em especial no mês de Maio, é muito antiga. Este gesto quer externar o carinho que sentimos pela Mãe de Jesus e nossa Mãe. Não se trata de uma devoção vazia de sentido, e nem mesmo a consideramos uma deusa, pois Maria não é um fim em si mesma. Não é meta, mas é sinal. Sua missão é sempre nos apontar Jesus. Ela é aurora que antecede a luz radiante do magnífico Sol que é Cristo.
Coroamos a sua Imagem, porque em nosso coração Ela tem um lugar especial, pois pelo seu “fiat” (faça-se) Deus torna-se Homem em seu seio virginal. Ao anúncio do Arcanjo Gabriel, que falou - lhe claramente: “o santo que vai nascer de ti será chamado filho de Deus”. (Lc 1,35), Maria não titubeia e se coloca como serva, não só com palavras, mas logo vai ao encontro de sua prima Isabel, que ao receber sua visita, exclamou: “donde me esta honra de vir a mim a mãe do meu Senhor“. (Lc 1,43)
 Ela é especial porque nos deu JESUS, LUZ PARA A NOSSA VIDA. No princípio, Deus disse: “faça-se a luz e a luz foi feita”(Gn 1,3). Milhares de anos mais tarde, Deus precisava de uma nova luz no mundo. Escolheu e consultou Maria e ELA respondeu: “FAÇA-SE!” E nasceu JESUS, a Luz do mundo. (Lc 1,38)
A primeira luz era a aurora do mundo físico, luz necessária “porque o mundo estava informe e vazio, as trevas cobriam o abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as águas”. (Gn 1). E o Espírito, que desceu sobre a Virgem, ainda hoje faz nascer Jesus, em nossos corações ansiosos, trazendo-nos, assim a resposta para nossas profundas aspirações de felicidade e paz.
Coroamos a sua imagem, porque ELA é modelo para nossa caminhada de fé. Sua prima Isabel lhe disse: ”bem aventurada és tu que creste, pois hão de cumprir as coisas, que da parte do Senhor te foram ditas” (Lc 1,45). Maria viveu de fé, de uma fé semelhante á nossa exposta às contradições e envolta na obscuridade, de uma busca incessante do Deus Vivo, na Pessoa de Seu Filho.
Maria soube crescer na fé. Jesus se apresenta à Maria como o Filho que só pode ser entendido pela Mãe através da fé. Conforme a anunciação do arcanjo Gabriel: “a criança se chamará Jesus, é filho do Altíssimo, filho de Deus” (Lc 1, 35). Porque, pela fé, Maria soube gerar Jesus primeiro no coração antes de gerá-Lo no ventre.

Na vida pobre e silenciosa de Jesus, Maria percebe pela fé, a realidade humilde do Messias. 
(Lc 1,32; 2,32)

A Virgem Maria sustenta nossa caminhada, pelos caminhos do Senhor: 
- aceita Jesus como Filho; (Lc 1,38)

- visita Isabel e a ajuda; (Lc 1, 39-56)

- João Batista é santificado pela Sua presença ainda no ventre da mãe; (Lc 1,44)

- entrega Jesus ao Pai no Templo; (Lc 2, 22-25)

- segue Jesus na vida pública, em silêncio; (Mc 3,31-35)

-está com Ele na caminhada para o Calvário e aos pés da cruz;(Jo 19, 25)

- está com os apóstolos em Pentecostes, no início da Igreja, animando-os e orando com eles. (At 1,14)
Coroamos a imagem de Maria, porque nos momentos em nos faltar a alegria, a fé, a força, o diálogo, a harmonia, a coragem, o ânimo, Ela, assim como fez na festa de casamento em Caná da Galiléia, nos convida a obedecer: “fazei tudo o Ele (Jesus), vos disser”e temos certeza, que assim como aconteceu com aquelas pessoas, a festa de nossa vida será plena de sentido. (Jo 2, 1-11).
Maria, aquela que foi toda de Deus, que sempre soube ouvir e meditar a Palavra em seu coração. (Lc 2.19), deve ser descoberta no cotidiano de nossas vidas, para dizermos com simplicidade de filhos e filhas:

MARIA, QUE A VEJAMOS COMO MÃE, E SIGAMOS O CAMINHO QUE NOS APONTA PARA JESUS! E ASSIM COMO O APÓSTOLO JOÃO, LEVÁ-LA PARA NOSSAS CASAS 
(Jo 19,26-27), POIS SEU TESTEMUNHO DE DISCÍPULA NOS SUSTENTARÁ EM NOSSOS DESAFIOS DE LEVAR ADIANTE A MENSAGEM DE FRATERNIDADE DEIXADA PELO SEU DIVINO FILHO A ESTE MUNDO TÃO CONTURBADO E SEDENTO DE BOAS NOTÍCIAS: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. (Jo 15.12)
 Nós coroamos a imagem de Maria, por ser Ela a mãe carinhosa, zelosa, solícita e paciente, que está sempre a nos mostrar o caminho da humildade, do serviço e do sim generoso e desinteressado. Ela não é deusa, não mais que Deus, mas depois de Jesus, o Senhor, neste mundo ninguém foi maior. Nós não adoramos Maria, mas a veneramos por ser Ela a mulher feliz que sempre praticou a Palavra de Deus, sendo assim chamada pelo próprio Jesus. (Lc 11,28)
 Enfim, nós coroamos a imagem de Maria, para cantar com ela as maravilhas de Deus “minha alma glorifica o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque Ele olhou para a humildade de sua serva! Todas as gerações, de agora em diante me chamarão feliz, porque o Todo-Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é Santo”. (Lc 1, 47-49),  e concluímos com a ajuda da Virgem Maria: “Há um só Deus e um só mediador entre  Deus e a humanidade: Cristo Jesus” (I Tm 2,5), mas fica a certeza para todos nós seus filhos e filhas: mãe zelosa e terna, servidora de Deus e dos irmãos e irmãs por excelência, ouvinte e praticante da Palavra, discípula atenta, perseverante e incentivadora nos caminhos de Seu Divino Filho, não houve e nunca haverá outra igual. 
Por tudo isso, saudamos e coroamos a sua imagem Mãe Maria, para externar que desejamos sempre coroá-la em nossos corações como exemplo de cristã autêntica.

FOTOS: DANIEL VERDIAL
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quinta-feira, 14 de maio de 2015

"AMANDO COMO ELE NOS AMOU" - VI DOMINGO DA PÁSCOA E DIA DAS MÃES - 10/05/2015


Estamos na última noite de Jesus, sua páscoa definitiva, quando chega sua hora derradeira. Há pouco, ele já havia lavado os pés dos Apóstolos, instituindo o sacerdócio, e, à mesa, oferecera o seu Corpo e Sangue no Sacramento da Eucaristia. 
Tendo anunciado sua entrega total e incondicional por nós e por toda a humanidade, São João nos relata suas últimas palavras, no chamado o Discurso do Adeus, que poderíamos chamar o Testamento do Amor.
 Mais do que uma obrigação legal, mandamento, no 4º Evangelho significa uma missão confiada, um projeto de vida que nos é entregue, uma herança preciosa que não se pode recusar.
Durante os três anos de discipulado o Senhor lhes ensinara com palavras e com gestos; agora, chegara a hora da suprema lição, levando seus ensinamentos às últimas consequências. 
Já no último domingo, nos exortava a permanecermos unidos a Ele como os ramos à videira; hoje nos mostra qual o elo que permite esta união: o amor.
O ideal do discípulo é tornar-se mestre, e fazer com outros aquilo que um dia o mestre lhe fizera. O cristão só pode permanecer unido a Cristo se manifestar de modo claro este amor, amando como Ele nos amou, participando desta simbiose de amor: o Pai que ama o Filho, o Filho que nos transmite este amor, para que nós nos amemos mutuamente, produzindo frutos que permaneçam. 
Não se trata de um amor filosófico, abstrato, mas de ações concretas, como concreto foi seu amor pela humanidade: não há maior prova de amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. 
Para isso é essencial estarmos firmes a Ele, para não cairmos na tentação de nos deixarmos levar por falsos amores perdendo, assim, o Amor verdadeiro. 
Como na célebre Odisseia de Homero, quando, após anos e anos afastado de sua pátria e de sua amada Penélope, fez se atar voluntariamente ao mastro principal da embarcação para não sucumbir às belas e perigosas sereias, cujo canto enfeitiçava os marinheiros, precipitando-os para o mar e à morte. 
Temos que estar firmes, fixos à videira verdadeira para não sucumbirmos aos falsos apelos do mundo que, em meio às águas do mar bravio, procuram naufragar nossas vidas que têm como destino o Porto definitivo. 
Se sozinhos não podemos por nós mesmos manifestar a plenitude deste amor a cada dia, invoquemos continuamente a assistência do amor de Deus, o Espírito Santo que foi derramado em nossos corações, para cuja vinda, a liturgia nos prepara a partir de agora:

VINDE ESPÍRITO SANTO, ENCHEI OS CORAÇÕES DE VOSSOS FIÉIS E ACENDEI NELES O FOGO DO VOSSO AMOR. 
 ORAÇÃO PARA O DIA DAS MÃES

Para ser rezada pelos(as) filhos(as) cujas mães estão entre nós
Deus de Amor, por vosso amor criastes as mães e, por este amor, eu existo. Ouvi, pois, minha oração. Abençoai aquela que me destes por mãe. Fazei que, ao longo da vida, ela encontre paz e compreensão. Que nunca lhe faltem meu afeto e meu carinho. Que eu saiba valorizar todos os ensinamentos que dela recebi.
Para ser rezada pelos(as) filhos(as) cujas mães são falecidas
Deus da Vida, rezo hoje por aquela que me destes por mãe e que a morte levou de junto de mim. Se grande é a saudade, maiores são minha fé e minha esperança. Pela força do Cristo Ressuscitado, espero firmemente estar um dia junto de vós, com minha mãe e com todos os que ela me ensinou a amar. Para ser rezada pelas mães Deus da Alegria, venho agradecer o dom da maternidade. Venho agradecer o(s) filho(s) que me destes. Sou humana, tenho limites e fragilidades, mas, em vosso amor, posso me tornar a mais forte de todas as mulheres, gerando, protegendo e defendendo a(s) vida(s) que de vós recebi para cuidar. Acolhei meu louvor e minha ação de graças.
Para ser rezada por todos
Deus da Paz, ouvi a prece que hoje vos fazemos em agradecimento pelo dom da maternidade. Fazei que o mundo valorize, cada vez mais, a vida, a maternidade, a paternidade, a família e a comunidade. Ajudai-nos a descobrir a força que brota do amor, força que faz acontecer o milagre da vida, força que, em Cristo Jesus, vence até a morte. Amém.

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quarta-feira, 6 de maio de 2015

O AMOR SEM LIMITES - V DOMINGO DA PÁSCOA

ESTAMOS NA NOITE DERRADEIRA EM QUE JESUS, TENDO AMADO OS SEUS QUE ESTAVAM NO MUNDO, AMOU-OS ATÉ O FIM. SÃO JOÃO, QUE JÁ HAVIA NARRADO O LAVA- -PÉS, OMITE A ÚLTIMA CEIA, PREFERINDO RELATAR A ALEGORIA DA VIDEIRA E OS RAMOS.

Já no Antigo Testamento, a imagem da videira plantada e tratada com tanto desvelo, que apesar de todo o carinho do vinhateiro só produzia uvas verdes e amargas, era símbolo da aliança de Deus com Israel, um pacto de amor cumprido fielmente pelo Pai, apesar da infidelidade de seu povo. Agora, preparando-se para sua Paixão, em que carregará todo o peso da humanidade, Jesus se entrega ao Pai em nome de todo o povo. 
Doravante, Ele, como a videira verdadeira, vai oferecer-se, de uma vez por todas, numa entrega de amor fiel até o fim. N’Ele, o Pai encontrará a única videira capaz de oferecer o fruto perfeito. 
 Como vinho generoso, seu sangue derramado pela humanidade, um gesto de amor sem limites, vai se converter na máxima expressão de amor jamais concebida na face da terra, entregando-se sem reservas: por suas chagas fomos curados. 
Deste modo, podemos compreender as palavras de Jesus na instituição da Eucaristia, que constam nos outros Evangelhos: “Este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da Nova e Eterna Aliança, que será derramado por vós e por todos.” 
Se por si próprio, o ser humano não poderia oferecer ao Pai fruto digno da vida que Ele nos deu e do amor que Ele tem por nós, unidos a Cristo, como os ramos à videira, participamos desta simbiose de amor que brota da morte e ressurreição do Deus que se entrega sem reservas pelo mundo inteiro. 
Peçamos a graça de podermos sentir, a cada dia, com os olhos e com o coração, que não há limites para o amor de Deus, pois este é o amor sem medidas
Evangelho (Jn 15,1-8): «Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não dá fruto em mim, ele corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa, para que dê mais fruto ainda. Vós já estais limpos por causa da palavra que vos falei. Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim.
»Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer. Quem não permanecer em mim será lançado fora, como um ramo, e secará. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados. Se permanecerdes em mim, e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será dado. Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos».

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sexta-feira, 1 de maio de 2015

JESUS APRESENTA-SE COMO O PRÓPRIO DEUS PASTOR DO SEU POVO! - IV DOMINGO DA PÁSCOA

ESTE QUARTO DOMINGO DA PÁSCOA É CONHECIDO COMO DOMINGO DO BOM PASTOR, POIS NELE SE LÊ SEMPRE UM TRECHO DO CAPÍTULO 10 DE SÃO JOÃO, ONDE JESUS SE REVELA COMO O BOM PASTOR.

Mas, o que isso tem a ver com o tempo litúrgico que ora estamos vivendo? A resposta, curta e graciosa, encontra-se na antífona de comunhão que o Missal Romano traz: “Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a vida pelas ovelhas e quis morrer pelo rebanho!” Aqui está tudo!
“Eu sou o bom pastor” – disse Jesus. O adjetivo grego usado para “bom” significa mais que bom: é belo, perfeito, pleno, bom. Jesus é, portanto, o pastor por excelência, aquele pastor que o próprio Deus sempre foi. 
Pela boca de Ezequiel profeta, Deus tinha prometido que ele próprio apascentaria o seu rebanho: “Eu mesmo cuidarei do meu rebanho e o procurarei. Eu mesmo apascentarei o meu rebanho, eu mesmo lhe darei repouso” (34,11.15). Pois bem: Jesus apresenta-se como o próprio Deus pastor do seu povo!
Mas, por que ele é o Belo, o Perfeito, o Pleno Pastor? Escutemo-lo, caríssimos: O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 
É por isso que o Pai me ama: porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente. Ninguém tira a minha vida; eu a dou por mim mesmo! 
Tenho o poder de entregá-la e o poder de retomá-la novamente; esse é o preceito que recebi do meu Pai”. Amados irmãos, são palavras de intensidade inexaurível, essas! Jesus é o pastor perfeito porque é capaz de dar a vida pelas ovelhas: ele as conhece, ou seja, é íntimo delas, as ama, e está disposto a dar-se totalmente pelo rebanho, por nós! 
E, mesmo na dor, faz isso livremente, em obediência amorosa à vontade do Pai por nós! Por amor, morre pelo rebanho; por amor ressuscita para nos ressuscitar! Nós jamais poderemos compreender totalmente este mistério! Jesus diz que conhece suas ovelhas como o Pai o conhece e ele conhece o Pai! É impossível penetrar em tão grande mistério! Conhecer, na Bíblia, quer dizer, ter uma intimidade profunda, uma total comunhão de vida. A comunhão de vida entre o Pai e o Filho é total, é plena. Pois bem, Jesus diz que essa mesma comunhão ele tem com suas ovelhas. E é verdade! No batismo, deu-nos o seu Espírito Santo, que é sua própria vida de ressurreição; na eucaristia, dá-se totalmente a nós, morto e ressuscitado, pleno desse mesmo Espírito, como vida da nossa vida! 
De tal modo é a união, de tal grandeza é a comunhão, de tal profundidade é a intimidade, que ele está em nós e nós estamos mergulhados, enxertados e incorporados nele! De tal modo, que somos uma só coisa com ele, seja na vida seja na morte! De tal sorte ele nos deu o seu Espírito de Filho, que São João afirma na segunda leitura de hoje: “Somos chamados filhos de Deus. E nós o somos!” Compreendamos, irmãos: somos filhos de verdade, não só figurativamente! Somos filhos porque temos em nós a mesma vida, o mesmo Espírito Santo que agora plenifica o Filho ressuscitado! 
E São João continua, provocante: “Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai!” Ou seja: se, para o mundo, nós somos apenas uns tolos, uns nada, se o mundo não consegue compreender essa maravilhosa realidade – que somos filhos de Deus – é porque também não experimentou, não conheceu que Deus é o Pai de Jesus, o Filho eterno, o Bom Pastor, que nos faz filhos como ele é o Filho único, agora tornado primogênito de muitos irmãos!
 Mas, a Palavra de Deus nos consola e anima: “Quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é!” Este é o destino da humanidade, este é o nosso destino: ser como Jesus ressuscitado, trazer sua imagem bendita, participar eternamente da sua glória! 
Para isso Deus nos criou desde o princípio! Não chegar a ser como Jesus ressuscitado, não ressuscitar com ele – nesta vida já pelos sacramentos, e na outra, na plenitude da glória – é frustrar-se. E isso vale para todo ser humano, pois “em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos!” Por isso mesmo, Jesus afirma hoje, pensando nos não-cristãos: “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor!”
Caríssimos, voltemos o nosso olhar para Aquele que foi entregue por nós e por nós ressuscitou. Olhemos seu lado aberto, suas mãos chagadas. Quanto nos ama, quanto se deu a nós! Agora, escutemo-lo dizer: “”Eu sou o bom pastor! Eu conheço as minhas ovelhas! Eu dou a minha vida pelas ovelhas!” Num mundo de tantas vozes, sigamos a voz de Jesus! Num mundo de tantas pastagens venenosas, deixemos que o Senhor nos conduza às pastagens verdadeiras, que nos dão vida plena e sacia nosso coração! Num mundo que nos tenta seduzir com tantos amores, amemos de todo coração Aquele que nos amou e por nós se entregou ao Pai!
Hoje é também jornada mundial de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. Peçamos ao Senhor, Bom Pastor, que dê à Igreja e ao mundo pastores segundo o seu coração, pastores que, nele e com ele, estejam dispostos a fazer da vida uma total entrega pelo rebanho; pastores que tenham sempre presente qual a única e imprescindível condição para pastorear o rebanho do Bom Pastor: “Simão, tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21,15s). Eis a condição: amar o Pastor! 
Quem não é apaixonado por Jesus não pode ser pastor do seu rebanho! Não se trata de competência, de eficiência, de vedetismo ou brilhantismo; trata-se de amor! Se tu amas, então apascenta! Como dizia Santo Agostinho, “apascentar é ofício de quem ama”.

Que o Senhor nos dê os pastores que sejam viva imagem dele; que Cristo nos faça verdadeiras ovelhas do seu rebanho. Amém.

D. Henrique Soares