Houve e há momentos que evidenciaram Jesus no meio de nós: profecias
sobre ele, convite à Virgem para ser a Mãe do Redentor, o sonho
tranquilizador de José para que não
temesse ser o pai adotivo de Jesus, o
nascimento em Belém, a fuga para o Egito para proteger o Menino Deus, a Apresentação
do Senhor no templo, Jesus aos 12 anos no Templo.
Depois, o
silêncio: tempo de crescer, de
“aprender” o ofício de carpinteiro, tempo de estar entre os homens na
família de Nazaré, o tempo do convívio em família.
O Batismo vem a
ser o tempo da “inauguração” da missão
de Jesus, que vem para o batismo ainda “confundido na multidão, para se
submeter ao rito que o coloca entre a fila dos pecadores, daqueles que tem
necessidade de se purificar” (Raniero Catalamessa).
Jesus: anunciado pelos profetas
vem. Vem com misericórdia. Ele desaponta e escandaliza muita gente. Quem mais
“ganhou” com a sua vinda foram os pagãos, pois “sendo ele de condição divina,
não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo,
assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens” (Fil. 2,6s).
Como um homem qualquer , tal era Jesus que veio ao Rio Jordão para ser
batizado. É neste contexto da vida que Jesus vem inaugurando o novo tempo: seu
batismo no Rio Jordão é revelado pelo Pai como
o Messias, o Escolhido.
Aqui começa sua vida pública propriamente dita. A sua missão. O desejo,
a vontade do Pai que o revela ao mundo, passa a ser cumprida pelo Filho.
Agora, Ele anuncia a Boa Notícia e é Ele mesmo a Boa Nova do Pai. Ele traz a força do espírito Santo. É o tempo do Batismo no Espírito Santo. É o tempo da Redenção.
O tempo de adorar a Deus em Espírito e Verdade (Jo 4, 23). Não é mais a estrela que indica o caminho para encontrar a Salvação; agora é a voz do Pai que revela Jesus ao mundo, o Filho amado.
Assim, Jesus nos salva. Nos salva porque é Filho de Deus e sendo de condição divina, se faz nosso irmão. Receber a salvação pressupõe escutá-Lo conforme o desejo do Pai: (Mc 9,7).
Ouvir Jesus nos falar em nome de Deus que nos convida a um encontro. Este batismo do Senhor é o início de uma grande amizade, de um encontro de Deus com os homens.
Ainda hoje, hoje mesmo, já agora, o Senhor nos convida ao encontro em que Ele se dará plenamente ao nosso coração: a Eucaristia.
(Cf O Batismo de Jesus, Catalamessa, Ano A)