Ele disse de si mesmo: ‘Se o grão de trigo não cai na terra e morre,
fica infecundo; mas se morre, dá muito fruto’.
Passava, portanto, Jesus por algumas sementeiras: aquele que um dia haveria de ser grão de trigo por sua virtude nutritiva,
por enquanto é um semeador, conforme se diz nos evangelhos: o semeador saiu a
semear.
Jesus, é verdade, espalha a semente generosamente, mas a quantia do fruto depende da qualidade do terreno.
Porque no terreno pedregoso facilmente a semente seca, e não por impotência da semente, mas por culpa da terra, pois enquanto a semente está cheia de vitalidade, a terra está estéril por falta de profundidade.
Quando a terra não mantém a umidade, os raios solares penetrando com mais força ressecam a semente: certamente não por algum defeito na semente, mas por culpa do solo.
Se a semente cai em terra cheia de espinhos, a vitalidade da semente acaba sendo sufocada pelos espinhos, que não permitem que a virtualidade interior se desenvolva, devido a um condicionante exterior.
Em vez disso, se a semente cai em terra boa nem sempre produz resultado idêntico, mas algumas vezes trinta, outras sessenta, e outras cem por um.
A semente é a mesma, os frutos diversos, como diversos são também os resultados espirituais naqueles que são instruídos.
Saiu, pois, o semeador a semear: em parte o fez pessoalmente e em parte
através de seus discípulos. Lemos nos Atos dos Apóstolos que, após o
apedrejamento de Estevão, todos – menos os apóstolos – se dispersaram, não que
se desagregassem por causa de sua fragilidade; não se separaram por razões de
fé, mas simplesmente se dispersaram.
Convertidos em trigo por virtude
do semeador e, transformados em pão celestial pela doutrina de vida, difundiram
por toda parte sua eficácia.
O homem certamente faz tudo o que
está ao seu alcance; mas não está ao seu alcance o fazer frutificar. Ao
homem lhe cabe semear; a Deus, dar o crescimento. Quando a semente começa a
brotar e cresce, desprende-se da espiga e o fruto indica se, se trata de trigo
ou de joio.
Mediante os apóstolos , Jesus
semeou a palavra do Reino dos Céus por
toda a terra. Os
agricultores da Igreja, vamos metendo pelo semeado o enxadão das palavras, para
cultivar o campo de modo que dê fruto.
Ainda desconhecemos as condições do terreno: a semelhança das folhas
pode com frequência induzir ao erro aos que coordenam. Porém, quando a doutrina
se traduz em obras e adquire consistência o fruto das fadigas, então se revela
quem é fiel e quem é hipócrita.
Oração – Semente do Reino
Como se arriscara o camponês a semear sem ver já todo o trigal no punho
apertado cheio de sementes? Como olhar a terra com olhos de
esperança sem ver já o bosque nas sementes aladas de carvalho levadas pelo
vento? Como sonhará o jovem casal sem sentir já no embrião todos os risos e as
brincadeiras dos filhos?
Como entregar-se pelo pequeno, sem ver com olhos novos
a utopia do Reino no brotar germinal que
apenas rompe a casa do medo?
Cf.: 1-
Lecionário Patrístico Dominical /tradução e compilação, Fernando José Bondan, Petropolis, RJ: Vozes, 2013:
Santo Atanásio de Alexandria? ( séc. IV),
sobre a Parábola do Semeador 2-4 ( PG
28, 146-150), pg 173-175 ); 2 –
Benjamim González Buelta, Unissinos – 15º Domingo do Tempo Comum.
PARÓQUIA SANTA
EDWIGES
BRÁS DE PINA –
RJ
Pároco Padre
Givanildo Luiz Andrade
Imagens Daniel
Verdial
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