segunda-feira, 14 de julho de 2014

“O SEMEADOR SAIU A SEMEAR” Mt 13,1-23– 15º DTC


Ele disse de si mesmo: ‘Se o grão de trigo não cai na terra e morre, fica infecundo; mas se morre, dá muito fruto’.
Passava, portanto, Jesus por algumas sementeiras: aquele que um dia  haveria de ser grão de trigo por sua virtude nutritiva, por enquanto é um semeador, conforme se diz nos evangelhos: o semeador saiu a semear.

Jesus, é verdade, espalha a semente generosamente, mas a quantia do fruto depende da qualidade do terreno.
Porque no terreno pedregoso facilmente a semente seca, e não por impotência da semente, mas por culpa da terra, pois enquanto a semente está cheia de vitalidade, a terra está estéril por falta de profundidade.
Quando a terra não mantém a umidade, os raios solares penetrando com mais força ressecam a semente: certamente não por algum defeito na semente, mas por culpa do solo.

Se a semente cai em terra cheia de espinhos, a vitalidade da semente acaba sendo sufocada pelos espinhos, que não permitem que a virtualidade interior se desenvolva, devido a um condicionante exterior.
Em vez disso, se a semente cai em terra boa nem sempre produz resultado idêntico, mas algumas vezes trinta, outras sessenta, e outras cem por um.

A semente é a mesma, os frutos diversos, como diversos são também os resultados espirituais naqueles que são instruídos.
Saiu, pois, o semeador a semear: em parte o fez pessoalmente e em parte através de seus discípulos. Lemos nos Atos dos Apóstolos que, após o apedrejamento de Estevão, todos – menos os apóstolos – se dispersaram, não que se desagregassem por causa de sua fragilidade; não se separaram por razões de fé, mas simplesmente se dispersaram.
 Convertidos em trigo por virtude do semeador e, transformados em pão celestial pela doutrina de vida, difundiram por toda parte  sua eficácia.

O homem certamente  faz tudo o que está ao seu alcance; mas não está ao seu alcance o fazer frutificar. Ao homem lhe cabe semear; a Deus, dar o crescimento. Quando a semente começa a brotar e cresce, desprende-se da espiga e o fruto indica se, se trata de trigo ou de joio.
 Mediante os apóstolos , Jesus semeou  a palavra do Reino dos Céus por toda a terra. Os agricultores da Igreja, vamos metendo pelo semeado o enxadão das palavras, para cultivar o campo de modo que dê fruto.

Ainda desconhecemos as condições do terreno: a semelhança das folhas pode com frequência induzir ao erro aos que coordenam. Porém, quando a doutrina se traduz em obras e adquire consistência o fruto das fadigas, então se revela quem é fiel e quem é hipócrita.
Oração – Semente do Reino
Como se arriscara o camponês a semear sem ver já todo o trigal no punho apertado cheio de sementes? Como olhar a terra com olhos de esperança sem ver já o bosque nas sementes aladas de carvalho levadas pelo vento? Como sonhará o jovem casal sem sentir já no embrião todos os risos e as brincadeiras dos filhos? 
Como entregar-se pelo pequeno, sem ver com olhos novos a utopia do Reino no brotar  germinal que apenas rompe a casa do medo?

Cf.: 1- Lecionário  Patrístico Dominical /tradução e compilação, Fernando José Bondan, Petropolis, RJ: Vozes, 2013: Santo Atanásio de Alexandria? ( séc. IV), sobre a Parábola do Semeador 2-4  ( PG 28, 146-150), pg 173-175 );  2 – Benjamim González Buelta, Unissinos – 15º Domingo do Tempo Comum.

PARÓQUIA SANTA EDWIGES
BRÁS DE PINA – RJ
Pároco Padre Givanildo Luiz Andrade
Imagens Daniel Verdial

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