segunda-feira, 7 de julho de 2014

“VINDE A MIM TODOS VÓS QUE ESTAIS CANSADOS E FATIGADOS SOB O PESO DE VOSSOS FARDOS, E EU VOS DAREI DESCANSO...” - 14º Domingo do Tempo Comum.


“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso” – Mt 11,28.
O Cristo ressuscitado nos convida a tomar o seu jugo, porque o seu jugo é fácil de carregar e o seu fardo é leve – Mt 11,30. Há duas interpretações que podemos tomar  sobre a palavra jugo:  primeira: o jugo faz parte da junta de bois que puxam a carga.
 A segunda interpretação é a do pe. Francês Leon Paillot que diz que a palavra jugo está na origem da palavra conjugal, como uma união conjugal que o homem e a mulher olham e vão juntos na mesma direção. É mais fácil que dois sozinhos. 
É, portanto, para uma relação conjugal que Cristo nos convida: propõe-nos um amor conjugal, com ele e entre nós. Para isso, precisamos praticar a mansidão e a humildade do coração: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso” Mt 11,29.
Na vida, é preciso ter fome para compreender os famintos; é preciso ter sede para apreciar a água que sacia. É preciso ter sofrido a injustiça para desejar a justiça; e é preciso ter vivido a rejeição, a condenação e a exclusão para acolher o outro, respeitá-lo em sua dignidade e caminhar com ele.
Os sábios e entendidos não têm necessidade de liberdade: eles sabem tudo  e eles pensam que são superiores aos outros. Eles não precisam dos outros. Além disso, eles impõem aos outros suas doutrinas e verdades, fardos que eles mesmos não levantam nem com a ponta dos dedos. 
Eles são trancados em seu conhecimento e na sua moral, e não se preocupam com a misericórdia, o perdão e o amor. No tempo do evangelho, os sábios e entendidos eram os escribas, os fariseus, os sacerdotes e os doutores da lei que controlavam Deus  e exploravam os pobres. 
Entretanto, Jesus não nos convida à ignorância e a mediocridade. É preciso diferenciar entre aqueles que ignoram uma coisa porque não tiveram a oportunidade de aprender e aqueles que ignoram uma coisa porque se recusam a aprender, assim como devemos distinguir a humildade da humilhação: a humildade é uma virtude e a humilhação, uma abominação. 
A pobreza evangélica não é sinônimo de mediocridade, de relativismo, de desleixo. É exatamente o contrário: a pobreza evangélica é a característica daqueles e  daquelas que não se acham os detentores da verdade, que estão abertos à  alteridade e estão ávidos para aprender e conhecer.
“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso” – Mt 11,29, quer dizer que a pessoa humana é mais importante do que a Lei e inclusive a Lei do sábado: Jesus defende os seus discípulos que ousaram arrancar espigas no sábado, porque estavam com fome; citando o profeta  Oséias, ele acrescenta: “É misericórdia que eu quero e não sacrifício” – Os 6,6.
Tornar-se discípulo de Cristo é encontrar repouso, porque o único jugo que Cristo coloca sobre seus amigos, é o amor.

Raymond Gravel, padre da diocese de Joliette, Canadá, comentando as leituras do 14º  T. C, ano A, tradução de André Langa

PAROQUIA SANTA EDWIGES
BRÁS DE PINA - RJ

Pároco Pe Givanildo Luiz Andrade
Imagens Daniel Verdial

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